Por uma nova indústria para o RS e o Brasil
Publicado: 22 Março, 2024 - 09h51
Por Amarildo Cenci, Professor e presidente da CUT- RS
A necessidade de impulsionar o setor industrial tem sido apontada há muito tempo pela classe trabalhadora como caminho para a reindustrialização do país.
É crucial que os atores políticos ajam para evitar que se aprofunde o isolamento e aproveitem as oportunidades abertas
Após meses de intenso diálogo social, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alkmin, o governo federal lançou uma nova política industrial. Com investimentos previstos de R$ 300 bilhões até 2026, o objetivo é reposicionar a indústria como motor do desenvolvimento econômico nacional.
O Rio Grande do Sul se alinha perfeitamente com a Nova Indústria Brasil. O plano prevê investimentos no setor de máquinas agrícolas, visando atender o agronegócio de médio e pequeno porte, potencializando-o como referência no mercado brasileiro e regional.
A abertura de crédito para conectividade rural, através do projeto Rural Conectado, pode impulsionar a digitalização da agricultura, aumentando sua produtividade e competitividade. Além disso, recursos para a renovação da frota do Samu e a construção de unidades de saúde básica são cruciais para o bem-estar da população.
O plano também estimula a modernização da construção civil, o desenvolvimento de energias renováveis e a qualificação do Minha Casa Minha Vida, aquecendo o setor imobiliário. A Ceitec pode se destacar na fabricação de semicondutores e circuitos integrados, enquanto o plano Brasil Mais Produtivo busca transformar a rede de micro, pequenas e médias empresas, impulsionando a digitalização e a produtividade.
O RS tem potencial para liderar em geração de energias renováveis, produção de veículos elétricos, biocombustíveis e na indústria química e naval. Sua posição de fronteira e de forte presença militar também o coloca como um participante importante no desenvolvimento de tecnologias de defesa nacional.
Porém, políticas neoliberais de enfraquecimento do Estado, privatização e precarização dos serviços públicos podem isolar ainda mais o RS neste momento desafiador. É crucial que os atores políticos ajam para evitar que se aprofunde o isolamento e aproveitem as oportunidades abertas pela nova política industrial.