Escrito por: Cecília Petrocelli
RS lidera a geração de vagas na indústria calçadista, com 523 postos criados em janeiro deste ano.
Setor de calçados do RS, que já fez demissões em massa, busca trabalhadores com carro de som nas ruas. O aumento no consumo dentro do Brasil e nas exportações reaqueceu as fábricas. De acordo com o Dieese, dos 81 mil empregos diretos nas indústrias calçadistas, em janeiro deste ano foram criados 523 novos postos de trabalho no estado.
O diretor do Dieese, Ricardo Franzoi, explicou à CUT-RS, que esse crescimento da indústria calçadista está diretamente ligado ao aumento do poder de consumo da população. O mercado interno brasileiro demanda 85% da produção de calçados, aliado a fatores como baixa inflação e aumento da renda, do número de pessoas empregadas, o resultado é um poder de compra maior de bens de consumo.
“Esse crescimento da demanda doméstica por calçado, que acabou impulsionando o setor já em 2024, a produção cresceu 3,5% em comparação a 2023, se produziu em 2024 900 milhões de pares de calçados, sendo que desse total, aproximadamente 100 milhões foram destinados à exportação.” explica Franzoi.
O resultado direto disso é o aumento na demanda por trabalhadores nas indústrias. Com a concorrência entre as empresas, o momento abre uma janela de oportunidade para a valorização da categoria.
Para o Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, o momento é de mobilização da base com o sindicato patronal para estudar novas formas de valorizar o trabalhador. “Estamos estudando uma forma de valorizar a mão de obra do trabalhador, com salário mais altos e benefícios, já que com a concorrência, muitas empresas estão oferecendo cestas básicas e salários mais altos para segurar os trabalhadores.” explica o presidente do Sindicato, Juliano Cavaleiro Neto.