Ato mobiliza centenas na Esquina Democrática em defesa da soberania nacional
CUT-RS, centrais sindicais, frentes populares e movimentos sociais ocuparam as ruas no 1º de agosto em Porto Alegre para denunciar ataques à soberania, aos empregos e à justiça social
Publicado: 31 Julho, 2025 - 14h41 | Última modificação: 01 Agosto, 2025 - 20h00
Escrito por: Cecília Petrocelli/CUT-RS
Centenas de pessoas se reuniram na Esquina Democrática, em Porto Alegre, nesta sexta-feira (1º), para participar do Dia Nacional de Mobilização pela Soberania Nacional. O ato foi convocado pela CUT-RS, centrais sindicais, Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de diversos movimentos sociais.
A mobilização denunciou o início da taxação de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos, que ameaça os trabalhadores brasileiros, perdas econômicas e aprofundamento da submissão do país aos interesses estrangeiros.
Durante o ato, foram erguidas faixas, cartazes e bandeiras em defesa da soberania, dos empregos e de pautas centrais da classe trabalhadora. Lideranças sindicais e populares fizeram falas políticas para denunciar retrocessos e reforçar a urgência de organização e resistência.
“Enquanto a gente rala, eles querem taxar o Brasil, meter a mão nos nossos empregos, nos nossos direitos e na nossa soberania. Nosso petróleo, nossas terras, nossas riquezas, nossas soberanias são coisas inegociáveis. Quem manda no Brasil é o povo brasileiro!”, afirmou Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS.
Soberania não se negocia: é com luta nas ruas que se constrói um Brasil mais justo
O Dia Nacional de Mobilização reforçou o compromisso da CUT-RS com a defesa da soberania nacional, dos direitos sociais e do povo brasileiro.
Em tempos de ameaças externas e retrocessos internos, ocupar as ruas é uma necessidade política e um dever de quem luta por um país mais justo, democrático e igualitário.
Trabalhadores exigem fim da escala 6x1
Uma das bandeiras defendidas no ato foi o fim da escala de seis dias de trabalho para um de descanso. Essa jornada exaustiva compromete a saúde física e mental dos trabalhadores, além de afetar a convivência familiar.
A luta é por uma jornada mais humana, que valorize o tempo livre, o descanso e a vida fora do trabalho.
Justiça tributária: IR só para quem ganha mais
Outra reivindicação é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A CUT-RS defende que a carga tributária deixe de pesar sobre os ombros de quem sustenta o país com trabalho e passe a incidir sobre os que lucram mais.
Taxação dos super-ricos: quem tem mais, paga mais
O ato também reforçou a luta pela taxação dos super-ricos. Enquanto a classe trabalhadora paga impostos sobre salários e consumo, grandes fortunas e lucros seguem isentos. O Brasil é um dos países que menos taxam os milionários.
A proposta é clara: tributar heranças bilionárias, lucros financeiros e grandes patrimônios para combater a desigualdade e financiar serviços públicos.
Redução da jornada de trabalho: mais tempo para viver
Com os avanços tecnológicos, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário é possível e necessária. Essa pauta histórica do movimento sindical visa gerar empregos, melhorar a saúde da população e garantir mais tempo para a vida pessoal, o lazer e a família.
Modelos já adotados em países como França, Alemanha e Islândia comprovam os benefícios sociais e econômicos da medida.
Contra a pejotização e a precarização do trabalho
A CUT-RS também denunciou os danos da pejotização irrestrita, que enfraquece os direitos trabalhistas e prejudica o financiamento da Previdência Social, do FGTS, do Sistema S e das políticas públicas em geral.
A transformação do trabalhador em “empresa” só favorece o capital, gerando insegurança e rombos nos orçamentos municipais, estaduais e federais.
Não ao PL da Devastação
Os manifestantes repudiaram o PL 2.159/2021, apelidado de PL da Devastação, aprovado na calada da noite pela Câmara dos Deputados. O projeto permite a autodeclaração ambiental, fragiliza a análise técnica e retira o poder de órgãos como ICMBio, Funai e IPHAN.
A CUT-RS denuncia a proposta como um ataque ao meio ambiente, aos povos originários e à soberania ambiental do país.
Pelo fim do genocídio em Gaza
O ato também expressou solidariedade ao povo palestino e exigiu o fim do massacre em Gaza. Desde a ofensiva israelense iniciada em outubro de 2023, mais de 60 mil palestinos foram mortos, segundo organizações humanitárias. O Brasil anunciou sua entrada na ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio.