Escrito por: Sul 21

Centrais entregam Pauta da Classe Trabalhadora ao presidente Lula

Documento traz 26 reivindicações para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e da população brasileira.

Letycia Bond/Agência Brasil

As centrais sindicais entregam nesta terça-feira (29) ao presidente Lula a Pauta da Classe Trabalhadora, documento elaborado na Plenária Nacional das entidades, em Brasília. O documento tem o objetivo de ser um referencial para as lutas do movimento sindical e foi elaborado em conjunto pelas centrais sindicais a partir de mobilizações e negociações nos níveis nacional, regional e setorial. Entre as pautas previstas no documento estão a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1.

A apresentação do documento é marcada pela realização da Marcha da Classe Trabalhadora, que será concluída, durante a tarde, com a entrega da pauta ao presidente Lula e aos presidentes da Câmara dos Deputados Hugo Mota, do Senado Davi Alcolumbre, aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Aloysio Corrêa da Veiga, a pauta da Classe Trabalhadora. Veja as reivindicações ao final.

Em coletiva de imprensa nesta amanhã, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, destacou que todas as conquistas dos trabalhadores ao longo da história, nenhuma veio sem mobilização, sem muita luta, e que as reivindicações da redução de jornada sem redução salarial, o fim da escala 6×1 e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, que estão na pauta, para serem atendidas, vão depender da pressão popular.

“A carteira de trabalho com os direitos sociais, previdência, férias, tudo isso veio com muita luta. E agora nós temos uma pauta que para nós é fundamental no Congresso Nacional, que é a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. Hoje o fim da escala 6×1 é um tema que está no Brasil inteiro. Porque a pessoa trabalha seis dias, só tem um dia para ficar em casa, com a família, com os filhos. Então a pauta do fim da escala 6×1 é extremamente importante para a gente”, disse.

Ele também pontuou que muitos países desenvolvidos já reduziram a jornada de trabalho e adotaram a semana de quatro dias, com melhoria da produtividade dos trabalhadores, redução do número de acidentes de trabalho, de doença e melhoria da convivência em família.

“Esse debate é pertinente no Brasil porque nós temos categoria que trabalha as 44 horas semanais, que é o limite legal, e ainda faz 20, 22 horas de hora extra. É o caso dos trabalhadores do comércio, porque enquanto tem gente na loja, não pode fechar a loja, enquanto tem gente no restaurante, não fecha o restaurante e ele tem que ficar e não recebe essas horas muitas vezes. Isso é uma coisa desumana que não pode continuar no nosso país”, disse.

A Pauta é desdobramento e atualização da Pauta da Classe Trabalhadora aprovada na Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras (Conclat) de abril de 2022, que apresentou 63 diretrizes para o desenvolvimento do Brasil, elaboradas a partir dos desafios e da perspectiva do mundo do trabalho. O documento contém 26 reivindicações, divididas em três eixos: Sindicatos, legislação e direitos trabalhistas; Direitos básicos; e Políticas de desenvolvimento e promoção da justiça social.

Assinam o documento Sérgio Nobre, pela CUT, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, e José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor.

Confira a íntegra dos itens da Pauta da Classe Trabalhadora: