Escrito por: Cecília Petrocelli/CUT-RS
Trabalho e meio ambiente são temas interligados e pensando nisso, a CUT-RS organizou o Seminário de Transição Energética e o Mundo do Trabalho, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (13), na sede do Sindbancários POA. A abertura aconteceu às 9h, com falas do presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, da Secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim e de Ricardo Franzói do Dieese.
O evento teve uma fala de abertura do presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, que destacou a importância de discutir o meio ambiente e o trabalho como pautas conjuntas. “Os trabalhadores e trabalhadoras não podem pagar a conta dos desastres ambientais.” destacou Cenci.
A Secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim, também destacou a necessidade de lutar contra o negacionismo climático no RS. "Pensando a questão da transição energética é urgente que a gente repense um novo modelo, incluindo o trabalhador e a trabalhadora nesse novo contexto." Explicou Rosalina.
A primeira mesa do seminário “Trabalho e Clima”, mediada pela dirigente do Sindbancários POA, Ana Berni Helebrandt, a mesa contou com a participação da Secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim, o professor de Geografia da UFRGS, Prof. Dilermando Cattaneo, o representante do Movimento Nacional de Catadores e Catadoras de Material Reciclável (MNCR), Fagner Jandrey e o engenheiro e representante dos movimentos sociais, Eduardo Ragusi.
O mundo do trabalho está cada vez mais impactado pelas mudanças climáticas, chuvas, enchentes, ondas de calor e frio intenso, mostraram nos últimos anos inúmeros casos que impactaram diretamente os trabalhadores. O último episódio mais devastador foi a enchente de maio de 2024, que prejudicou centenas de trabalhadores, que perderam seus trabalhos, suas casas.
Durante a primeira rodada do seminário foram abordados temas como o racismo ambiental, que fica cada vez mais evidente diante de catástrofes como as enchentes de maio. “A gente precisa enfrentar o racismo ambiental, reconhecer que existe e enfrentar as emergências climáticas.” destacou Fagner Jandrey durante sua fala.
Além disso, o agronegócio também foi pauta da mesa, os palestrantes reconhecem o impacto que a pecuária e a monocultura possuem na economia e no bioma brasileiro. “O agronegócio é o responsável direto pelas mudanças climáticas no Brasil.” afirmou o Prof. Dilermando Cattaneo. Ele também pontuou a crise climática a partir do avanço do neoliberalismo e suas repercussões sobre a classe trabalhadora.
Já na segunda mesa do seminário “Transição Energética, impactos e possibilidades para o Rio Grande do Sul”, mediada por Arilson Würsh, o Secretário de Meio Ambiente da CUT/RS. Contou com a participação de Nelson Karam do Dieese, da diretora do Sindipetro RS, Miriam Cabreira, o Frei Sérgio do Instituto Padre Josimo e o presidente do Senergisul RS, Antônio Jailson da Silva Silveira.
A transição energética e as fontes de energia foram pauta na segunda rodada da mesa, os palestrantes discutiram a situação atual da produção e consumo de energia elétrica nos pais. O impacto de medidas como a compra de créditos de carbono por empresas e países que poluem, sem uma solução viável para a degradação e poluição do planeta. Além disso, o transporte, os agentes poluentes e o protagonismo dos trabalhadores nessa transição também fizeram parte da conversa.
O encontro também contou com um momento de debate entre os palestrantes e os sindicalistas presentes no encontro. Durante o debate foi destacada a importância desse tema para o sindicalismo, é preciso entender o impacto que a transição energética traz para os trabalhadores.
O seminário foi organizado pela CUT/RS, SindBancários Poa, SindiPetro/RS, Escola Sul da CUT, Aurora Lab, Sinpro/RS Ambiental, Sindiserf/RS, Sindiágua/RS, Adufrgs/Sindical, Comitê Popular da Cristovão, Senergisul, Sindipolo/RS e Dieese.
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