CUT-RS denuncia deputados gaúchos que rejeitaram taxação de grandes fortunas
Publicado: 01 Novembro, 2024 - 15h21 | Última modificação: 01 Novembro, 2024 - 15h35
Escrito por: Matheus Piccini
Na última quarta-feira (30), a Câmara dos Deputados rejeitou uma emenda que visava a criação de um imposto sobre grandes fortunas, proposta pela federação Psol-Rede. A medida, que teve 262 votos contrários e 136 favoráveis, foi apoiada pelo PT, PCdoB, PV e PSB, mas encontrou forte oposição da maioria dos parlamentares, incluindo 16 deputados do Rio Grande do Sul.
A emenda estabelecia a taxação de patrimônios que superassem R$ 10 milhões, mas não foi incluída no projeto final de regulamentação da reforma tributária. A votação mostrou uma divisão clara, com a bancada governista liberada para votar livremente e a oposição orientando voto contrário à proposta.
Para Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, a decisão dos deputados representa uma postura de privilégio aos mais ricos em detrimento da maioria da população brasileira, que carrega o peso dos impostos em seu cotidiano. "A população precisa saber quem são os deputados que, ao invés de aliviar a carga sobre os mais pobres, preferem proteger as grandes fortunas e as grandes capitais.”, criticou Cenci.
Ele também ressaltou que, enquanto a maioria da população brasileira enfrenta uma pesada carga tributária, os mais ricos conseguem escapar por meio de isenções, sonegação e dividendos. "Somos um dos países onde o número de bilionários mais cresce, ao contrário do que ocorre na maioria dos lugares. Precisamos reverter essa tendência, promovendo uma tributação justa para construir um país mais igual", pontuou Amarildo.
A proposta rejeitada estabelecia que fortunas superiores a R$ 10 milhões seriam taxadas, com avaliação anual do patrimônio. A ideia, segundo Cenci, é aliviar a carga sobre os trabalhadores, pequenos e médios empresários, e isentar do Imposto de Renda rendimentos até R$ 5.000, promovendo uma redistribuição tributária mais justa. "Com uma taxação dos mais ricos, que são 10% da população, poderíamos beneficiar mais de 200 milhões de brasileiros e fazer com que o Brasil fosse um país mais justo e com distribuição de renda", completou.