Escrito por: Matheus Piccini

CUT-RS leva experiências transformadoras ao G20 social

No Rio de Janeiro a CUT-RS apresenta iniciativas como o “CUT com a Comunidade” e reforçar debates globais sobre fome, trabalho decente, sustentabilidade, justiça tributária e social.

De 14 a 16 de novembro, o Rio de Janeiro foi palco da Cúpula Social do G20, um espaço onde movimentos sociais, sindicatos e organizações da sociedade civil se uniram para apresentar propostas aos líderes globais que participarão da Cúpula do G20 nos dias 18 e 19 de novembro. A delegação da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS) se destacou ao levar o projeto “CUT com a Comunidade” e mobilizar vozes diversas em prol de um mundo mais justo e solidário.

A luta contra a fome e pela soberania alimentar esteve no centro das discussões. Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, destacou a troca de experiências enriquecedora no evento:"É animador ver que o que fazemos em nossos territórios tem conexão com lutas globais. Nossa delegação foi parabenizada por iniciativas como as cozinhas solidárias, mostrando que é possível combater a fome com práticas locais que inspiram ações globais."

Os debates ressaltaram a necessidade de garantir acesso universal a alimentos saudáveis e promover práticas agroecológicas. Essa abordagem exige o respeito às culturas alimentares tradicionais e o enfrentamento da mercantilização dos recursos naturais.

Trabalho Decente e Justiça Social

O trabalho decente foi outro eixo fundamental. Tiago Vasconcelos, secretário de Relações do Trabalho da CUT-RS, enfatizou que a precarização das relações de trabalho não pode ser ignorada em debates econômicos globais: "O G20 Social é crucial para expor que a exclusão e a exploração não são sustentáveis. Precisamos de um modelo econômico que valorize direitos trabalhistas, sindicalização e dignidade no trabalho."

A CUT-RS levou uma delegação diversa, com representantes de sindicatos como os sapateiros, metalúrgicos e bancários, além de lideranças da juventude e do movimento negro. Antonio Güntzel, secretário de administração e finanças da CUT-RS, destacou a força da delegação:"Nossa participação incluiu 41 pessoas representando diversos setores. Isso reforça o papel da CUT em articular esforços pela valorização do trabalho e da economia solidária."

Sustentabilidade e transição justa

A transição para uma economia de baixo carbono também esteve em pauta. O conceito de “transição justa” foi defendido como essencial para enfrentar as mudanças climáticas sem deixar comunidades vulneráveis para trás. A CUT-RS destacou a necessidade de integrar sustentabilidade com inclusão social, educação ambiental e combate ao racismo ambiental.

Reforma da ONU e taxação dos super-ricos

Outro ponto central foi a reforma da governança global, com foco no Conselho de Segurança da ONU. Os participantes reivindicaram maior representatividade dos países do Sul Global e transparência nos processos de decisão. Também se discutiu a urgência de taxar os super-ricos, com os recursos sendo destinados a políticas públicas que combatam desigualdades sociais e ambientais.

CUT com a Comunidade

O projeto “CUT com a Comunidade” recebeu destaque como um exemplo de ação local com impacto global. Amarildo Cenci ressaltou o entusiasmo com o reconhecimento internacional: "Nosso trabalho inspira e é inspirado por tantas outras iniciativas ao redor do mundo. Isso nos fortalece para continuar a luta por um futuro sem fome, sem miséria e com trabalho digno para todos."

O G20 Social mostrou que as soluções para os desafios globais devem partir de uma perspectiva inclusiva e colaborativa. A participação ativa da CUT-RS reafirmou a importância de ações territoriais conectadas com debates internacionais, reforçando o papel do Brasil como protagonista na construção de um modelo mais justo, sustentável e igualitário.