Escrito por: Matheus Piccini

CUT-RS participa de assembleia de trabalhadores da empresa ENGE MON

Matheus Piccini/CUT-RS

A CUT-RS esteve presente em uma assembleia promovida pelo Sindicato dos Técnicos Industriais do RS (SINTEC-RS), com trabalhadores da ENGE MON, empresa terceirizada da Petrobras, que atuam na Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), em Canoas. A reunião teve como foco as demandas por reajuste salarial, melhorias nas condições de trabalho e equiparação com outros contratos da refinaria.

César Borges, presidente do SINTEC-RS, destacou a insatisfação com a proposta da empresa, que ofereceu um reajuste salarial de apenas 1%. “Essa proposta fica muito abaixo da reposição da inflação e não atende minimamente o pleito dos trabalhadores. Seguiremos para uma mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para buscar uma solução que atenda às reivindicações”, afirmou. A assembleia segue em aberto, com possibilidade de mobilizações futuras.

Condições de trabalho e comunicação

Uma trabalhadora da ENGE MON relatou que, apesar de melhorias em relação a contratos anteriores, ainda há muito a ser feito. “Somos os olhos da Petrobras no campo e precisamos de condições melhores. Mesmo com reajustes passados, a empresa também lucra mais com o nosso trabalho. A luta é por direitos, benefícios e cláusulas mais justas”, disse. A funcionária também criticou a falta de comunicação efetiva entre a gestão da empresa e os trabalhadores.

Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, reforçou o compromisso da entidade em apoiar os trabalhadores. “O reajuste de 1% é inaceitável frente à inflação. Estamos aqui para acompanhar, mediar e fortalecer as lutas. Caso seja necessário, apoiaremos movimentos ou paralisações. A empresa precisa compreender que os trabalhadores têm toda legitimidade para reivindicar”, afirmou.

Miriam Cabreira, presidente do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), explicou que a desvalorização dos contratos terceirizados é um reflexo de políticas pós-Lava Jato. “Com as mudanças na legislação, a Petrobras passou a priorizar o menor preço nas licitações, resultando em contratos precarizados e cortes de direitos. Agora, estamos reconstruindo condições melhores, mas o processo é lento”, pontuou.

Importância da mobilização

Edison Terterola, diretor do Sindipetro, enfatizou a relevância da mobilização para avanços nos contratos. “A luta dos trabalhadores garantiu melhorias recentes, mas ainda é preciso conquistar uma equiparação com o mercado nacional. Vocês desempenham um papel essencial como técnicos e fiscais dos contratos”, disse.

A CUT-RS e os sindicatos envolvidos continuarão acompanhando as negociações, tanto na esfera da mediação judicial quanto na pressão sindical. O objetivo é assegurar que os trabalhadores da ENGE MON tenham seus direitos respeitados e condições de trabalho dignas.

A assembleia mostrou que a união entre os trabalhadores e o apoio das entidades sindicais são cruciais para avançar nas negociações e conquistar melhorias efetivas.