Dia Mundial da Alimentação:CUT-RS defende agricultura familiar e cozinhas solidárias
No Dia Mundial da Alimentação, a CUT-RS reforça a importância da agricultura familiar e das cozinhas solidárias como pilares na luta pela segurança alimentar no Brasil.
Publicado: 16 Outubro, 2024 - 14h49
Escrito por: Matheus Piccini

No Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, a CUT-RS reforça a importância da agricultura familiar e das cozinhas solidárias, como pilares centrais na construção da segurança e soberania alimentar no Brasil. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 1979 com o objetivo de conscientizar sobre a fome no mundo, promover a segurança alimentar e a nutrição adequadas para todos.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, lembrou que uma das grandes pautas durante a 79ª assembleia da ONU, ocorrida em setembro, e também defendida pelo governo federal brasileiro, foi a de combater a fome no mundo. “ Combater a fome é um desafio do nosso tempo. Por isso não é crível que se gaste tanto dinheiro em armas e guerras, e não na produção dos alimentos”, criticou.
Segundo dados obtidos pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, mais de 2,8 bilhões de pessoas não conseguem ter acesso a uma alimentação saudável. Isso significa que quase 1/3 da população global não recebe os nutrientes e micronutrientes necessários para prosperar, e, em alguns casos, para sobreviver.
Douglas Cenci, coordenador geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul - FETRAF-RS, alerta que o Brasil passa por um momento crítico em relação à qualidade da alimentação. " Hoje o país sofre um problema muito grave na qualidade e na cultura alimentar brasileira. Boa parte da população sofre com problemas de obesidade ou de desnutrição. Ou seja, as pessoas matam a fome se alimentando mal, trazendo um conjunto de problemas relacionados à saúde”.
Central de Abastecimento
Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, essa fome nutricional é um dos principais desafios que devem ser enfrentados. Ele destaca a necessidade de debater o acesso a alimentos de qualidade. "A CUT trabalha nessa perspectiva a partir do projeto CUT com a Comunidade e da Central de Abastecimento das Cozinhas Solidárias (CECOSOL), aonde mais de 260 cozinhas são atendidas, garantindo o acesso a alimentos de qualidade, pensando no equilíbrio nutricional necessária para saúde das pessoas", afirmou.
“A experiência das cozinhas solidárias e da CECOSOL é um ótimo espaço para debater diversos temas, como o aproveitamento de alimentas e o equilíbrio nutricional. É onde as lideranças comunitárias podem aprender e trocar experiências, além de compreender a importância de não aderir esse pacote que a indústria quer vender dos alimentos industrializados e processados.
Atualmente a CECOSOL atende cozinhas em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Arroio dos Ratos, Canoas, Viamão, Alvorada e São Leopoldo. Totalizando se estima que sejam produzidas, atualmente, mais de 6.000 mil marmitas, por semana, na região metropolitana.
Agricultura Familiar
Douglas reforça que é fundamental colocar a agricultura familiar no centro das políticas públicas. "É necessário colocar a agricultura familiar na centralidade da discussão na perspectiva de recuperar a capacidade de produção de alimentos saudáveis, fazendo com que os mesmos possam chegar aos consumidores, especialmente aos mais pobres, com preços justos", destacou.
A questão do acesso aos alimentos também ganha destaque com o lançamento do Plano Nacional de Abastecimento, lançado hoje (16), pelo governo federal. "O Plano Nacional de Abastecimento vem com o objetivo de criar condições para garantir que os alimentos cheguem, inclusive, às periferias. É uma ação importante que coincide, simbolicamente, com o Dia Mundial da Alimentação", comenta Cenci.