Eduardo Leite trava reconstrução: R$ 6,5 bilhões parados para obras contra enchentes
CUT-RS denuncia: governador preferiu centralizar recursos em vez de permitir distribuição da verba aos municípios e agora impede o início de obras urgentes
Publicado: 06 Maio, 2025 - 13h24 | Última modificação: 06 Maio, 2025 - 15h06
Escrito por: CUT-RS

Um ano após a tragédia climática que devastou o Rio Grande do Sul, matando 184 pessoas e deixando 25 desaparecidas, o que se vê é mais descaso por parte do governo Eduardo Leite (PSDB). Mesmo com R$ 6,5 bilhões já depositados em uma conta específica da Caixa Econômica Federal, valores destinados pelo governo Lula para obras de prevenção e reconstrução, o governador segue travando a liberação dos recursos.
Os valores estão no Fundo de Apoio à Infraestrutura para Recuperação e Adaptação a Eventos Climáticos Extremos (Firece), criado pelo governo federal justamente para dar resposta rápida a eventos extremos como as enchentes de 2024. No entanto, mesmo com esse dinheiro já disponível e com dezenas de municípios prontos para iniciar obras de contenção, diques, drenagens e desassoreamento de rios, o governo estadual ainda não apresentou projetos atualizados e mantém os recursos parados há meses.
Quando o presidente Lula propôs repassar diretamente os recursos aos municípios — que já tinham condições de executar obras rapidamente — Eduardo Leite interveio politicamente e exigiu que os recursos ficassem sob responsabilidade do governo do estado. A justificativa era garantir centralização e “melhor gestão”. O resultado foi o oposto: nenhum projeto saiu do papel.
"A nossa intenção inicial no governo federal era conveniar com os municípios, porque teoricamente cada município teria capacidade de fazer a sua licitação e, portanto, nós teríamos várias obras andando ao mesmo tempo e, teoricamente, uma velocidade maior", explicou o secretário de apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul, Maneco Hassen.
"O governador se sentiu incomodado e pediu ao presidente para o governo do estado assumir essas obras, e o presidente Lula aceitou. Então levamos esse recurso para o governo do estado fazer, executar essas obras diretamente", completou.
Diversos prefeitos estão revoltados com a situação. Em Canoas, cidade onde dois diques romperam e alagaram mais da metade da área urbana, o prefeito Airton Souza cobra pressa e ação.
Enquanto isso, famílias seguem desabrigadas, comunidades inteiras vivem sob risco e nenhuma obra estrutural foi iniciada. O governador, por sua vez, diz que está “atualizando os termos de referência” e que os estudos “precisam ser revistos”, mas não apresenta prazos nem metas claras. A CUT-RS denuncia esse verdadeiro boicote à reconstrução do Rio Grande do Sul e exige que Eduardo Leite pare de fazer política com a tragédia e libere imediatamente os recursos aos municípios.
O povo gaúcho não pode esperar mais um ano pela burocracia de um governo que optou por centralizar para controlar — e não para reconstruir. As obras contra enchentes precisam começar agora. Chega de omissão!
Fonte: Agência Brasil