Escrito por: Nara Roxo - SINDIPOLO
Trabalhadores do Polo Petroquímico de Triunfo protestam contra empresas por reajustes abaixo do esperado e postura discriminatória nas negociações coletivas.
Os trabalhadores do Polo Petroquímico de Triunfo-RS estão realizando, na manhã desta quinta-feira (17), um ato na via de acesso ao Polo em protesto contra a postura das empresas na negociação coletiva da Categoria, que tem Data-Base em Setembro (trabalhadores da Arlanxeo) e em Outubro (trabalhadores da Braskem, Innova e Oxiteno).
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), Ivonei Arnt, a Categoria está indignada com a postura das empresas na negociação. De acordo com o sindicalista, em outras regiões estas mesmas empresas já apresentaram uma proposta de reposição das perdas inflacionárias com aumento real da ordem de 0,8% a 1% e aqui insistem numa proposta que apenas repõe a inflação (INPC) e está longe de atender as reivindicações dos trabalhadores. “Aqui no RS, onde os trabalhadores viveram uma situação já dramática com as enchentes de maio, as empresas adotam uma postura discriminatória, que não se justifica sob nenhum ponto de vista, querendo dar reajustes menores que nos outros polos do país”, denunciou ele.
Ivonei lembra que o petroquímico é um setor forte, com empresas robustas, como a Braskem e a Arlanxeo, que pertence ao Grupo Saudi Aramco, estão ampliando seus negócios e realizando altos investimentos, mas não tem a dignidade de valorizar, de fato, o que elas vivem alardeando como seus “maior patrimônio”, os trabalhadores. Ele também destaca que segundo o DIEESE, em 2024, até agosto, mais de 83% das negociações tiveram ganhos reais, especialmente no setor indústria. “É um insulto à categoria Petroquímica gaúcha a maneira como as ricas empresas petroquímicas vêm tratando a Campanha Salarial deste ano”, pontuou.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, esteve presente no ato e parabenizou a iniciativa do SINDIPOLO. "É muito importante esse diálogo com a categoria, pois assim se estabelece um processo de convencimento, esclarecimento e disputa, que mostra para o empregador que os trabalhadores estão dispostos a negociar, mas também, se necessário, estão prontos para lutar, a fim de defender seus direitos conquistados.
Os trabalhadores buscam reajuste pelo INPC mais aumento real de 3%, equalização no auxílio educação, vale-alimentação e ampliação da licença-paternidade, entre outros itens. Já as empresas ofereceram reajuste pelo INPC (3,71% para Setembro e 4,09% para Outubro) e não avançam nas demais demandas da Categoria, em discordância com os petroquímicos do Rio de Janeiro e Bahia, onde apresentaram 4,5% (INPC + 0,79%) para Setembro de reposição salarial e avançaram em outros itens do Acordo Coletivo.
Ivonei reitera que esta manifestação é uma demonstração da revolta dos trabalhadores com esta infundada e discriminatória proposta rebaixada e que novos protestos poderão ser feitos caso as empresas não avancem na negociação.