Em manifestação CUT-RS e centrais sindicais exigem redução da taxa de juros
Em frente ao Banco Central, CUT-RS, centrais sindicais e movimentos sociais criticam a alta taxa de juros e cobram ações efetivas para enfrentar a crise habitacional agravada pelas enchentes de maio.
Publicado: 30 Julho, 2024 - 17h23 | Última modificação: 30 Julho, 2024 - 17h55
Escrito por: Matheus Piccini
Um ato com a CUT-RS, federações, sindicatos e as centrais sindicais aconteceu nesta terça-feira (30) em frente a sede do Banco Central (BC), em Porto Alegre, novamente pedindo que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a taxa de juros Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano e é a segunda mais alta do mundo.
“O Brasil paga mais de 500 bilhões de juros por ano, enquanto os rentistas lucram com os nossos impostos. O presidente do BC mantém essa taxa surreal porque é vendido ao sistema financeiro e a política neoliberal, e com isso freia a economia brasileira. Temos que derrotar essa política monetária”, critica o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
O presidente do Sindbancários, Luciano Fetzner, salientou a necessidade de saída de Roberto Campos Neto do Banco Central. “ O Brasil é um país rico de recursos minerais e naturais, que tem um forte sistema público de bancos e empresas, sistema social, que está preparado para alcançar uma boa vida para a população. Só que em paralelo a isso, temos o problema da política equivocada do BC, que manda dinheiro para fora e a população brasileira que amarga com esses efeitos”, destacou.
Luta por moradia
Os movimentos de luta por moradia se uniram ao ato, exigindo não apenas a redução das taxas de juros, mas também a implementação de políticas emergenciais para enfrentar a crise habitacional agravada pelas enchentes de maio que devastaram o Rio Grande do Sul. Os manifestantes criticaram a omissão dos governos estadual e municipais na assistência às vítimas das inundações, ressaltando a necessidade urgente de ações concretas para garantir moradia digna e segura para todos. A mobilização fez uma conexão entre a crise financeira e a crise habitacional, clamando por uma resposta governamental que aborde ambas as questões com a seriedade que a situação requer.
“Queremos ainda uma política mais efetiva sobre a questão da moradia àqueles que foram afetados pelas enchentes. E não tem sentido o Brasil ter um dos maiores juros do mundo em um contexto de inflação contida. No governo federal anterior, o juro era muito mais baixo com uma situação muito pior da economia”, disse o vice-presidente da CUT-RS, Dary Beck Filho. Em seguida, os manifestantes seguiram em marcha pela região central da Capital rumo ao Palácio Piratini, aumentando o número de participantes do protesto contra o projeto de reforma de carreiras do Estado, a ser votado ainda nesta terça na Assembleia Legislativa.
Nesta semana, uma nova taxa de juros será anunciada. A CUT-RS segue na luta por juros mais baixos para que a população tenha uma melhor qualidade de vida e que a economia brasileira prospere cada vez mais. Juros baixos já!