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Julho Unificado das Pretas celebrará a força e resiliência das mulheres negras

O Julho Unificado das Pretas, é uma celebração da luta e resistência das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, coincidentemente também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Publicado: 22 Julho, 2024 - 11h39 | Última modificação: 23 Julho, 2024 - 08h28

Escrito por: Matheus Piccini

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Em 25 de julho, às 18h, a sede da FETRAFI será palco de um evento poderoso e significativo: o Julho Unificado das Pretas. Este ano, o evento terá uma abordagem diferente devido às circunstâncias de calamidade que impediram a realização da marcha tradicional. No entanto, a essência de valorização e união das mulheres negras será mantida com ainda mais intensidade.

O Julho Unificado das Pretas, é uma celebração da luta e resistência das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, coincidentemente também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A manifestação visa reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres negras, promovendo espaços de fala, empreendedorismo e solidariedade. 

Isis Garcia, secretária de combate ao racismo da CUT-RS, destaca a importância do evento neste contexto. "Nosso lema é 'A reconstrução do Estado pelas mulheres negras lideranças da Solidariedade'. As mulheres negras sempre estiveram na linha de frente em momentos de crise e são as mais afetadas. Por isso, decidimos realizar uma atividade segura, onde as mulheres possam expressar suas vozes e levar suas crianças, sem se sentirem vulneráveis."

A organização do evento contou com a formação de diversos Grupos de Trabalho (GTS) em áreas como comunicação, logística e segurança, mesmo com o tempo curto. A expectativa é que o evento seja grande e solidário, repetindo o sucesso do ano anterior, que contou com a participação ativa da CUT, através do Coletivo Estadual de Combate ao Racismo e de muitos sindicatos comprometidos.

Tereza de Benguela

Tereza de Benguela foi uma líder quilombola do século XVIII, que governou o Quilombo do Piolho, também conhecido como Quilombo de Quariterê, na região do atual Mato Grosso. Sob sua liderança, a comunidade resistiu bravamente à escravidão por duas décadas, estabelecendo um sistema político e econômico avançado para a época. Tereza organizou um conselho político, criou sistemas de defesa e desenvolveu uma agricultura sustentável, promovendo a igualdade e a solidariedade entre os quilombolas. Sua figura se tornou um símbolo de resistência e força para o movimento negro e feminista no Brasil.

Manifesto

O Julho Unificado das Pretas deste ano também apresentará um manifesto, fruto do trabalho colaborativo de muitas mulheres negras, cada uma trazendo suas realidades e reivindicações. Este manifesto será apresentado a todas as pré-candidaturas de mulheres negras de Porto Alegre, incluindo as candidaturas de Maria do Rosário e Tamires. O evento não será apenas um espaço de formação e comemoração, mas também de empreendedorismo, com várias banquinhas onde mulheres negras poderão vender seus produtos e garantir sua renda.

Isis reforça a importância da participação de todas as mulheres negras no evento: "É fundamental que nós, mulheres negras, estejamos lá, que compremos os produtos delas e as valorizemos como classe trabalhadora. O apagamento que sofrem e os questionamentos que enfrentam quando realizam atividades dessa magnitude só reforçam a necessidade de estarmos unidas e presentes."

Programação

O evento será repleto de atrações culturais, homenagens e muita música boa!

Confira as apresentações:

- Bloco das Pretas

- CIA de danças e ritmo afro-brasileiros Brazil Estrangeiro

- Roda de Samba com Natália Santos e com participação especial de Cláudia Quadros

- Intervenção poética das slammers Mariana Marmontel e Mikaa

- Batalha da Nação especial dia da Mulher Negra

- Elida Santos se apresentando em voz e violão

- Grupo de rap, Pretas de favela

- Apresentação de rap com THS Drop

O Julho Unificado das Pretas promete ser um evento lindo e potente, valorizado por todas as entidades envolvidas e terá entrada franca. Participe e fortaleça essa rede de solidariedade e resistência no dia 25 de julho, a partir das 18h, na sede da FETRAFI.