Ato reafirmou que o Brasil não aceita blindagem para parlamentares nem perdão para golpistas.
A rejeição ao Congresso inimigo do povo e a maracutaia da PEC da Blindagem e da Anistia tomou as ruas em todo o país, jovens, velhos, artistas, o povo. Em Porto Alegre, nem a chuva e um Grenal marcado para o fim da tarde impediu que milhares de pessoas realizassem uma caminhada histórica em defesa da democracia e contra privilégios e impunidade.
Na capital gaúcha, a concentração precisou ser transferida por causa do mau tempo, mas o público não recuou. A multidão percorreu a Perimetral e tomou a avenida Osvaldo Aranha, estendendo-se por um quilômetro. De lá, grupos seguiram pela José Bonifácio, pela Redenção e até o Largo Zumbi dos Palmares. Cartazes nas janelas de moradores ao longo do trajeto demonstraram apoio, enquanto faixas e bandeiras de movimentos populares e sindicatos reforçavam a mobilização.
Estimativa aponta mais de 14 mil manifestantes, Zero Hora não conseguiu ver
Segundo cálculo publicado pelo Matinal Jornalismo, com base em vídeo da manifestação na Osvaldo Aranha e utilizando metodologia por densidade e extensão da ocupação, ferramentas de inteligência artificial (ChatGPT, Gemini e Claude), pelo menos 14 mil pessoas participaram do ato em Porto Alegre. O número pode ser ainda maior, já que a análise abrangeu apenas parte do trajeto. Já a Zero Hora, talvez atordoada pela magnitude dos atos e o rechaço ao golpismo e abalada pela sua tentativa de se equilibrar entre o centrão e a extrema-direita, não viu mais que "centenas".
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CUT-RS reforça posição em defesa da democracia, contra anistia ou acordão com golpistas condenados
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, destacou que as manifestações fazem parte do Dia Nacional de Luta e reafirmou o compromisso da Central do RS com a democracia. “Manifestamos nossa oposição a qualquer forma de anistia a indivíduos envolvidos em atos criminosos que atentaram contra a democracia e o Estado de Direito no Brasil. Observamos com preocupação a tramitação de propostas legislativas, como a PEC, que visa proteger parlamentares de investigações por crimes cometidos. Tal iniciativa é um ataque inaceitável à Constituição e aos princípios democráticos.”
PEC da Blindagem e anistia sob crítica
Aprovada em regime de urgência na Câmara dos Deputados, a PEC da Blindagem estabelece que parlamentares só possam responder a ações penais com aval da maioria da própria Casa. A medida é denunciada por juristas e movimentos sociais como um escudo de impunidade, que fragiliza a atuação do Supremo Tribunal Federal e favorece a corrupção.
Já a proposta de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados próximos, também avançou na Câmara na última semana após aprovação de urgência. Caso seja votada, pode se transformar em uma tentativa de apagar crimes contra a democracia e legitimar ataques às instituições.
As manifestações deste domingo em Porto Alegre e em todo o país deixaram um recado direto ao Congresso Nacional: o povo brasileiro não aceita anistia para golpistas nem blindagem para corruptos.
