Mulheres tomam as ruas de Porto Alegre no 8M contra a escala 6x1 e por igualdade
Centenas de mulheres e apoiadores foram as ruas no último sábado (8), defendendo o fim da violência de gênero e do feminicídio, contra o negacionismo climático, o fim da escala 6x1 e justiça para golpistas.
Publicado: 10 Março, 2025 - 12h02 | Última modificação: 10 Março, 2025 - 13h09
Escrito por: Matheus Piccini

A tradicional marcha do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, reuniu mais de 1.500 pessoas em Porto Alegre (RS), neste sábado (8), mesmo sob um calor de 40 graus. A manifestação, que teve concentração no Largo Glênio Peres, contou com a presença do movimento feminista, movimentos sociais, sindicatos cutistas e centrais sindicais, levantando bandeiras históricas das mulheres, como o fim da violência de gênero e do feminicídio, além de temas como negacionismo climático, fim da escala 6x1 e justiça para golpistas.
A CUT-RS teve papel na organização do ato, reforçando a urgência de enfrentar a crescente violência contra as mulheres, especialmente negras, indígenas, LGBTQIA+ e com deficiência. Segundo dados da Polícia Civil, o estado registrou 72 feminicídios em 2024, sendo que 84% das vítimas foram assassinadas por companheiros ou ex-companheiros.
Suzana Lauermann, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS e umas das coordenadoras do ato, destacou a relação entre violência de gênero e outras formas de opressão que impactam diretamente a vida das mulheres.
"A questão da violência de gênero é nossa principal pauta. Mas sabemos que somos as mais afetadas por eventos climáticos extremos, como enchentes e seca. A escala 6x1, para nós, acaba sendo 7x0, pois trabalhamos em três jornadas diárias. E defender a democracia é essencial. Com a extrema direita crescendo no mundo, não podemos permitir que isso aconteça no Brasil. Prisão para golpistas, sem anistia! Bolsonaro na cadeia!", afirmou Suzana.
Durante o ato, também foram denunciadas a precarização da saúde, da educação e do transporte em Porto Alegre. Trabalhadoras de diversos setores, incluindo representantes de ocupações e cozinhas solidárias, marcaram presença para fortalecer a luta coletiva por condições dignas de vida e trabalho.
A CUT-RS reforçou que a redução da jornada de trabalho é uma demanda urgente para melhorar a qualidade de vida das mulheres trabalhadoras. "Nos mulheres temos uma escala 7x0 e sabemos que reduzir a jornada de trabalho é essencial para nossa qualidade de vida", ressaltou Suzana.
Com informações de Brasil de Fato RS e Sul21