Escrito por: CUT-RS

Nova isenção do IR garante alívio no bolso de milhares de gaúchos a partir de 2026

Medida garante alivio no bolso para 849,7 mil trabalhadores no RS

A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês, sancionada pelo presidente Lula, representa um dos maiores avanços recentes em justiça fiscal no país. No Rio Grande do Sul, o impacto será direto: segundo dados da Receita Federal, 849,7 mil trabalhadores ficarão totalmente isentos, e outros 412,7 mil, com rendas entre R$ 5 mil e R$ 7,35 mil, terão redução progressiva. Com isso, o número de pessoas que não pagarão IR no estado sobe de 1,02 milhão para 1,87 milhão, garantindo alívio imediato no orçamento de centenas de milhares de famílias gaúchas.

Esse dinheiro que deixa de ser recolhido e permanece no bolso dos trabalhadores tem efeito concreto na vida cotidiana. Uma professora estadual, que recebe cerca de R$ 5 mil, por exemplo, a economia anual será de R$ 4.170, aliviando despesas com internet, medicamentos, livros, transporte e outras necessidades básicas.

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Para Romilda Güntzel, dirigente sindical dos sapateiros de Nova Hartz e Sapiranga, a medida tem impacto direto nas cidades industriais do calçado. “A isenção do imposto de renda para trabalhadores na indústria do calçado aumenta diretamente o poder de compra do trabalhador. O dinheiro que antes ia para o imposto agora fica no bolso dele, funcionando quase como um décimo quarto salário. É uma renda essencial, porque fortalece o bem-estar social e impulsiona o crescimento econômico do Brasil”, avaliou.

A economista e técnica do DIEESE, Anelise Manganelli, reforça que o impacto no RS é profundo e estrutural. Para ela, a decisão é “uma vitória histórica para a população do Rio Grande do Sul e do Brasil”, especialmente em um estado que ainda se recupera dos efeitos das enchentes e demais eventos climáticos. 

Anelise lembra que os benefícios ultrapassam o orçamento familiar e atingem toda a cadeia econômica: “O aumento do poder de compra impulsiona o consumo, fortalece pequenos negócios, gera empregos e aumenta a arrecadação do estado. Para os empresários, o ambiente de maior demanda resulta em mais vendas e, com maior geração de renda, pode contribuir para a formalização do trabalho.”

Ela também ressalta o caráter de justiça fiscal da medida: “É um passo importantíssimo que corrige uma parte da injustiça fiscal que há décadas pesa sobre os trabalhadores, enquanto os super-ricos pagam menos ou nada. É a primeira vez que a ampliação da isenção não sai do orçamento da saúde e da educação, mas sim dos bolsos dos mais ricos, aqueles que ganham mais de R$ 600 mil por ano.” 

Anelise completa dizendo que a atualização da tabela do IR é uma luta histórica do movimento sindical e que o próximo passo deve ser avançar na tributação de grandes fortunas, heranças e patrimônios elevados. Segundo ela, “os benefícios dessa medida são indiscutíveis: mais justiça, mais renda, mais emprego e equilíbrio para a economia brasileira e do Rio Grande do Sul.”

A CUT-RS reforça que essa política não é apenas um ajuste técnico, mas uma decisão que melhora a vida real da classe trabalhadora. É dinheiro que volta para o mercado local, circula no comércio, paga contas atrasadas, fortalece famílias e ajuda a reconstruir a economia gaúcha. Uma medida concreta, feita para quem trabalha e não para quem vive de privilégios.