Escrito por: Cecília Petrocelli/CUT-RS
CUT-RS destaca a importância da luta por respeito, inclusão e dignidade para a população LGBTQIAPN+ neste 28 de junho
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em 28 de junho, é uma data de resistência, memória e reivindicação de direitos. No Brasil, apesar de importantes avanços legais e da crescente representatividade política de pessoas LGBTQIAPN+ em espaços institucionais e políticos, a realidade da maioria da população ainda é marcada por violência, medo, discriminação e exclusão especialmente no mundo do trabalho.
No ambiente profissional, ainda são frequentes os relatos de assédio, invisibilidade, dificuldades de ascensão, falta de oportunidades e LGBTfobia estrutural. Mesmo sendo parte essencial da classe trabalhadora, muitas pessoas LGBTQIAPN+ permanecem à margem de políticas de inclusão reais e efetivas.
A CUT-RS tem atuado para enfrentar essa realidade com ações concretas. Um dos espaços fundamentais nesse processo é o Coletivo LGBTQIA+ da CUT-RS, composto por sindicalistas da comunidade que constroem, dentro da central, ações formativas, de acolhimento e de enfrentamento à LGBTfobia no trabalho e na sociedade.
“A CUT tem um importante papel através do seu coletivo na escuta ativa, na busca de soluções de políticas públicas, mas também nos locais de trabalho, que possam ajudar a essa população.” explica Erlon Schüler, dirigente do coletivo LGBTQIA+ da CUT-RS.
A ação mais recente aconteceu na última sexta (27), com a participação do Coletivo na 3ª Encontro da Diversidade do CPERS Sindicato. “Existe uma preocupação deste sindicato com todos os professores e professoras da rede estadual que fazem parte da comunidade. Além de mostrar uma iniciativa firme em enxergar e incluir a todos e todas, para que se possa pensar, avançar em propostas e em direitos para a nossa população.” pontua Erlon, que participou do encontro junto com outros membros do Coletivo.
Em dezembro de 2023, foi realizado o 1º Seminário de Política e Diversidade da CUT-RS, marcando um passo importante para a construção de políticas sindicais mais inclusivas e conectadas com as demandas da população LGBTQIA+. Durante a formação, diversos dirigentes tiveram um contato mais aprofundado com a pauta.
Uma pesquisa da consultoria Travessia – Estratégias em Inclusão, intitulada “Experiências LGBTQIAPN+ no Ambiente de Trabalho”, revelou dados alarmantes sobre a realidade profissional enfrentada por essa população no Brasil:
Diante de todas essas dificuldades, muitas pessoas também optam por esconder a identidade LGBT dentro do ambiente de trabalho para evitar a discriminação.
A origem da data remonta a 28 de junho de 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova York, resistiram à violência policial em um episódio que entrou para a história como símbolo da luta por liberdade e dignidade das pessoas LGBTQIA+. No ano seguinte, 10 mil pessoas marcharam nas ruas celebrando a resistência e cobrando direitos.
Desde então, o dia 28 de junho passou a ser celebrado mundialmente como o Dia do Orgulho, não como festa vazia, mas como ato político: por visibilidade, respeito, acesso a direitos e enfrentamento à marginalização.
“O mês do Orgulho LGBTQIA+, serve para nós celebrarmos, mas antes de tudo, serve para nós lutarmos, um momento de afirmação da nossa condição, da nossa luta, dos nossos corpos e dos nossos amores.” afirma Erlon.
A sigla LGBTQIAPN+ representa Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais, Não bináries — e o “+” inclui outras formas de vivência afetiva e identidade de gênero fora da norma heterocis.
A diversidade é real. E precisa ser reconhecida, respeitada e protegida — em todos os espaços.
A CUT-RS reconhece que essa luta também é uma luta da classe trabalhadora. Incluir é transformar e isso só é possível com sindicatos que abracem a diversidade como pilar de justiça social.