Para CUT-RS possível elevação da taxa de juros prejudica a economia e a classe traba

BDF - Com a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil eleve a taxa Selic para 10,75% ao ano, mesmo em um cenário de inflação em queda, a CUT-RS expressou sua preocupação com as consequências dessa decisão para a economia e a classe trabalhadora.

Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, criticou a possibilidade de aumento da Selic, ressaltando que a alta da taxa de juros é prejudicial para a economia. “A indicação de subida da Selic ocorre em um momento em que o Brasil cresce e controla a inflação, o que torna essa medida incoerente. Estamos no caminho de um governo responsável, com taxas de desemprego em queda. A justificativa tradicional para a alta da taxa – inflação e falta de crescimento – não se sustenta mais”, afirmou Cenci.

Os economistas do setor financeiro preveem que a Selic, atualmente em 10,5%, suba 0,25 ponto percentual neste mês, com uma expectativa de que atinja 11,25% até o final de 2024. Essa elevação, segundo os bancos, seria uma medida necessária para conter potenciais pressões inflacionárias, especialmente em decorrência das secas que afetam a produção agrícola.

No entanto, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam uma queda generalizada de preços em agosto, com o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulando alta de 4,24% nos últimos 12 meses, dentro da meta estabelecida de até 4,5% para 2024. Cenci alertou que um aumento da Selic retira recursos das políticas públicas essenciais e direciona mais dinheiro para os rentistas. “Precisamos reverter essa perspectiva de alta para que os ganhos sejam investidos em trabalho digno, desenvolvimento da indústria nacional, saúde e educação pública. Essa é a única maneira de o Brasil se posicionar como um país realmente desenvolvido”, completou.

Com a decisão do Copom programada para ser divulgada nesta quarta-feira, a CUT-RS é contra o aumento da taxa de juros e reivindica uma política econômica que priorize o bem-estar da população e o fortalecimento das políticas sociais.

A classe trabalhadora, segundo Cenci, deve se unir em defesa de um Brasil com desenvolvimento sustentável, onde os interesses da maioria prevaleçam sobre os dos especuladores financeiros. O futuro econômico do país depende da adoção de medidas que promovam a inclusão e o crescimento social.