Evento reuniu delegados e delegadas de mais de 100 sindicatos cutistas
Cerca de 400 delegados, delegadas e convidados, participaram do primeiro dia da 17ª Plenária Estadual da CUT-RS, realizado na noite desta sexta-feira (22), no Centro de Eventos Barros Cassal, em Porto Alegre.
Os representantes de dezenas de sindicatos, federações e ramos de atividade de todas as regiões do Rio Grande do Sul se reuniram para debater a conjuntura, aprovar o regimento interno e construir, coletivamente, o plano de lutas da entidade. Movimentos sociais, entidades do governo e da justiça e centrais sindicasis também participaram do primeiro dia.
O encontro é um dos momentos mais importantes da organização sindical no estado, reunindo a base da CUT-RS para definir estratégias e ações que fortaleçam a luta da classe trabalhadora diante dos desafios políticos, econômicos e sociais atuais.
O artista Philipe França Philippsen, conhecido como Lipsen ou o Gaiteiro Brique, iniciou a 17ª Plenária Estadual com cultura e arte. O momento da mistíca incluiu um repertório musical pensado pelo artista para divertir e enriquecer a experiência da plenária para os delegados e delegadas presentes, afinal, cultura também é direito dos trabalhadores.
A 17ª Plenária Estadual da CUT-RS contou com a apresentação da coordenadora da Plenária, Silvana Pirolli e do presidente da Central, Amarildo Cenci, além de representantes de entidades parceiras. A mesa de abertura foi mediada pela secretária geral da CUT-RS e coordenadora da 17ª Plenária, Silvana Piroli e pelo secretário de cultura da CUT-RS, Paulo Farias.
Durante a mesa de abertura, representantes de movimentos sociais e entidades políticas tiveram um espaço de fala, os movimentos Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular, o MST, a Assembleia LEgislativa do RS, a CUT Brasil.
A CUT-RS não deixou de reconhecer a importânia da luta dos movimentos sociais como pilares da resistência popular, junto com o sindicalismo. A Central convidou a UNE, MST, o projeto CUTComunidade, Movimento de Luta Pela Moradia, Levante da Juventude, Associação Cultural José Martir, VAT-Vida Além do Trabalho, UAMPA - União dos Moradores de Porto Alegre, A Associação dos entregadores de FEGAMEC-Federação Gaúcha das Uniões das Associações de Moradores e Entidades Comunitárias, a Marcha Mundial das Mulheres e o Movimento, Negro Unificado para participar e prestigiar a luta conjunta. Também estiveram na mesa de abertura as entidades CTB, Intersindical, SENGE, UGT, Força Sindical, SINDIJUS, SINDICAIXA.
A Assembleia Legislativa do RS marcou presença, com a participação do Deputado Estadual, Miguel Rossetto (PT). Durante a fala, o deputado destacou a atuação da AL. "É uma expressão da luta social do estado, fazemos a luta política no estado na defesa do piso salarial gaúcho, na defesa dos professores, na defesa do meio ambiente." Rossetto também destacou a importância da democracia e soberania nacional e democracia.
O representante da CUT Brasil, Quintino Severo, destacou a defesa da democracia como uns pilares essenciais para a luta de classes, durante sua fala na mesa de abertura.
Amarildo Cenci encerrou a mesa de abertura e destacou que a plenária é "nós temos um desafio importante, que é continuar corajosos para mudar o sindicalismo, trazer as as pessoas para perto. Temos que construir uma luta sindical que defende os trabalhadores." Ele ressaltou que o momento exige resistência e capacidade de organização diante das tentativas de retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas.
Um dos momentos centrais do primeiro dia foi a aprovação do regimento interno da plenária, conduzida pela comissão organizadora. O documento define as regras e os procedimentos para os debates, as votações e a sistematização das propostas que irão compor o plano de lutas da CUT-RS para os próximos anos.
Após a abertura, os participantes acompanharam a palestra do professor e economista, Dr. Ladislau Dowbor, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultor de agências da ONU, governos e organizações.
Dowbor abordou os desafios econômicos e sociais enfrentados pela classe trabalhadora, destacando a concentração de renda, os impactos da financeirização da economia e a importância de políticas públicas que garantam justiça social e trabalho decente.
Em sua fala, Dowbor ressaltou que o Brasil não é um país pobre, mas sim desigual. "É preciso pensar a economia dentro de um contexto maior, em que diversos aspectos da sociedade interagem em conjunto e se alteram. Os sindicalismo precisa entender que a economia precisa se adaptar as necessidades da população, é necessário transformar, em conjunto, a desigualdade social e econômica."
Após a fala do economista, foi aberta uma sessão de perguntas e repostas, onde os delegados puderam tirar dúvidas e aprofundar ainda mais o debate. Dowbor ressaltou durante o debate a importância de repassar as ideias e o conhecimento adiante, atualmente os materiais e estudos desevolvidos pelo professor, estão disponíveis no site https://dowbor.org/.
Para muitos delegados e delegadas, a plenária é um espaço de reencontro, troca de experiências e fortalecimento da atuação sindical.
A plenária é o momento de construção coletiva e para o Delegado Tadeu Cardoso, que representa o setor da Agricultura pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mostardas RS, esse encontro também deve fortalecer a democracia e soberania nacional. "a nossa organização, a CUT, nos representa e desempenha um papel necessário para toda a classe trabalhadora, do nosso país." relatou Tadeu.
Para a presidente do Cpers Sindicato e delegada na plenária, Rosane Zan, há uma expectativa grande pelos debates que serão discutidos durante os dias de plenária. "O CPERS tem a maior delegação de delegados do RS, e estará presente para o debate e a construção de um sindicalismo forte e unido." afirmou Rosane.
O primeiro dia foi encerrado com um jantar de confraternização, reforçando os laços de unidade entre dirigentes e militantes sindicais. A programação segue no próximo sábado (23), com credenciamento de convidados, delegados e imprensa das 8h às 10h, seguido por debates, trabalhos em grupo e deliberação de propostas.
A 17ª Plenária Estadual da CUT-RS é resultado do trabalho incansável da comissão organizadora, dos sindicatos filiados e dos delegados e delegadas que, juntos, constroem uma Central Única dos Trabalhadores forte, combativa e comprometida com a defesa da classe trabalhadora.
